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domingo, 5 de abril de 2015

Kropotkin e a Revolução Russa

     A Revolução de novembro de 1917 deu à Rússia um regime que é uma mistura de forte centralismo comunista autoritário (Babeuf) e do coletivismo estreitamente de Parker, que há 40 anos é conhecido pelo nome de "marxismo". E esta tentativa – é preciso reconhê-lo – não correspondeu, de nenhum modo, ás esperanças de que se alimentava.
     A mania de se construir um fortíssimo poder centralista da Revolução Russa, não se pode levar em pratica senão por meios de decretos e de exércitos inteiros de empregados. E resolver erros comuns aos de todo o Estado centralista com esse corpo de administração, é isolar a massa do ideal de construção; e os empregados comunistas, impostos pela ditadura do Estado, criam novos erros em vez de os suprimir.
     Compreende-se que, desde que os trabalhadores da Europa central e ocidental conhecem os resultados da Revolução Russa, procurem formas mais seguras para atingir seus objetivo.
     Já na Primeira Internacional, quando estudaram a maneira de "resolver os serviços públicos da sociedade futura", os trabalhadores procuraram resolver o problemas social por meio da socialização da produção e do intercambio; mais queriam alcançar este desiderato pela federação das Comunas Livres e não pelo Estado centralizado, pela descentralização, pelo intercâmbio e pela iniciativa local dos grupos de produtores e consumidores.
     Em suma, estudaram o problema sob este ponto de vista: construir a nova sociedade pela relação simples da iniciativa local e individual e não por decretos saídos dum Estado centralizado, qual, com seus exércitos de subalternos - que, a bem ou mal cumprem as ordens dos seus superiores - acabaria por estrangular a nova ordem de coisas.
     A experiências feitas na Rússia justifica a necessidade de desenvolver as tendência autônomas e federalistas. E os operários encaminhar-se-ão, indubitavelmente, para esta rota, desde que tenham investigado a fundo os grandes e árduos problemas que se apresentam antes investigado a fundo os grandes árduos problemas que se apresentam antes de cada Revolução, como sucedeu na Internacional federalista.
     Irmãos e amigos da Europa ocidental! A historia confirmou à vossa geração uma missão grandiosa. Deu-vos o poder para principiar a empregar os princípios socialistas, a fim de elaborarem formulas praticas. Sobre vós recaiu a missão de preparar a nossa fórmula de uma sociedade na qual a exploração do homem pelo homem, bem como a exploração de classes, sejam impossíveis; e que, em lugar do centralismo que só nos traz guerras e opressões, se desenvolvam milhares milhares centros de vidas e de forças construtoras no sindicatos livres e nas comunas independentes.
     É a Historia que nós guia nesta direção.
     Atirem-nos à obra com energia. E nos grupos, nossos congressos, nos nossos sindicatos e nas nossas comunas acharemos os elementos necessários para a construção de uma nova sociedade, "uma sociedade de trabalho e de liberdade", livre do capital, do Estado e do culto à autoridade.

Piotr Kropotkin¹


¹. Considerado um sábio, não exibia seu titulo acadêmico e outros: era um operário da Anarquia, sem hesitações.

Extraido:
Livro: UM SÉCULO DE HISTORIA POLITICO-SOCIAL EM DOCUMENTOS
Autor: Edgar Rodrigues
Paginas:187 á 188
Ano:2005

Editora: Achiámé

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