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quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Cidade do Vaticano ( Maria Lacerda De Moura)

Realizou-se ontem uma grande reunião da Ordem. De Malta
Cidade do Vaticano,14 (H,) – Pela primeira vez, há um século e meio, reuniram-se todos os membros da Ordem de Malta. Cerca de 600 cavaleiros e damas iniciarão, esta manhã, as visitas jubilares pela Basílica de S. Paulo-fora-dos-Muros, na qual a quase totalidade dos titulares já se achava presente, por volta das 9 horas.)
Os votos de boas vindas aos cavaleiros que haviam revestido o grande uniforme da Ordem foram apresentados pelo grão-mestre, príncipe Chigi della Rovere-Albani, que trazia sobre o uniforme ampla manta de veludo negro.

Depois de pronunciadas algumas palavras pelo príncipe Chigi, formou-se o cortejo, a cuja frente tomou lugar o cardeal Bisleti, bailio da Ordem, acolitado pelos cardeais Sincero e granito di Balmonte e outros prelados igualmente titulados de Ordem. Seguiam-se o grão-mestre e um cavaleiro italiano, que carregava a bandeira vermelha com a cruz branca, insígnia da Ordem.
Vinham depois dispostos hierarquicamente, os membros da Ordem: grãos-priores, bailios, professores, cavaleiros da Justiça com o peito recoberto de um plastron vermelho a cruz de prata, e por fim os cavaleiros.
È interessante recordar que os cavaleiros da Justiça fazem voto de pobreza, castidade e obediência ao grão-mestre.
Entre os membros da famílias reais, vi-se o arquiduque Francisco de Habsburgo. Viam-se também os membros da ordem da Anunciata e os presidentes das Associações Italianas, Alemãs e Espanholas”, que respondem aos priorados dos referidos paízes, que são os seguintes” de língua italiana – Roma, Duas Sicilias e Lombardia, e Veneza; de língua alemã – bohemia e Áustria; de língua espanhola – Castela e Aragão. Seguiam-se as damas da Ordem, conduzidas dela princesa de Hohenzollern, os bailios honorários e devoção, e por fim os cavaleiros de honra e devoção.
O cortejo, depois de atravessar a basílica, saiu pelo lado esquerdo, deu a volta no claustro externo e penetrou novamente no templo, cantando hinos religiosos, e então procedeu á adoração nos quatro altares da Basílica.
Imensa multidão, apinhou-se nas imediações da Igreja, para assistir a um espetáculo tão raro quanto magnífico. ”
Nobreza e clero, poder e dinheiro, Cesar e Pedro, monarquia e Igreja Romana: - renascimento da Reação com o advento do Fascismo.
Em plena Idade Média!
Essa é a obra prima que vangloria Mussolini. Mas, vejamos “o homem enviado pela Providencia”, segundo a opinião autorizada da Igreja, discursando como revolucionário, na Suissa, na conferencia em Lausanne, comemorando o martírio de Jen Huss, o reformador tcheco excomungado por Alexandre V, depois queimado vivo. Jean Huss foi condenado pelo Concilio de Constança em 1415, apesar do salvo-conduto que lhe fora concedido pelo imperador Sigismundo.
Teatralmente, da tribuna, esbravejou Mussolini:
“Eu nego a existência de Deus. Si ele existe, que me fulmine dentro de cinco minutos”.
Esperou. Nada aconteceu.
Essa tirada de clow não deve desagradar aos espíritos fortes dos negadores sistemáticos, adoradores da Deusa Razão, no altar do Ateísmo ortodoxo, mesmo sendo anti-fascistas...

Autor: Maria Lacerda de Moura
Obra: Fascismo filho diléto da igreja e do capital
Editora: Civilização Brasileira
Ano: Não identificado
Paginas: 161 á 164
Postado por: Danças Das Ideias