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terça-feira, 14 de abril de 2015

Sobre os Atentado Contra Autoridades (Errico Malatesta)

     Sabemos que o essencial, o útil, indiscutivelmente, são é matar a pessoa de um rei, mais matar todos os reis - os dos tribunais, dos parlamentos e das fabricas - no coração e na mentes das pessoas, isto é, desraizar a fé no princípio de autoridade do qual uma grande parte do povo conserva o culto (...)
     Um outro fato sangrento veio consternar as almas sensíveis... e lembrar aos poderosos que se colocar acima do povo e pisotear o grande preconceito da igualdade e da solidariedade humanas não esta livre do perigo. Antes de tudo, tragamos os fatos a suas justas proporções.
     Um rei foi morto; e como um rei não deixa de ser um homem, o fato é lamentável. Uma rainha ficou viúva; e visto que uma rainha é uma mulher, compreendemos sua dor.
     Mas por tanto barulho pela morte de um homem e pelas lagrimas de uma mulher, quando se aceita algo natural o fato de que a cada dia inúmeros homens são mortos, e incontáveis mulheres choram, por causa de guerras, acidentes de trabalho, revoltas reprimidas por fuzilamentos, e de mil crimes devidos a misérias, ao espirito de vingança, ao fanatismo e ao alcoolismo?
     Por que exibir tanto sentimentalismo em relação as desgraça particular, quanto milhares de seres humanos morrem de fome e de malária, em meio à indiferença daqueles que teriam os meios para remediar a situação?
     Talvez porque desta vez as vítimas não são trabalhadores comuns, um honesto homem e uma honesta mulher quaisquer, mais um rei e uma rainha... Realmente, achamos o caso mais importante e nossa dor é mais sentida, mais viva, mais verdadeira, quando se trata de um mineiro esmagado por um desmoronamento durante o seu trabalho, e de uma viúva que passará fome com seus filhos! Todavia, esses dos monarcas também são sentimentos humanos a deplorar. Mas o queixume permanece estéril se não busca suas causas, a fim de eliminá-las.

Errico Malatesta
Trad. do italiano para o francês por Le Réveil

Traduzido por Plínio Augusto Coêlho

Extraído:
Revista:Novos TemposTitulo: Faces do Horror
Publicação Anarquista Quadrimestral  São Paulo\SP
Paginas:21 á 22
Ano: 3ºQuadrimestre de 2001

Editora: Imaginário

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