Na negra solidão deste degredo infindo,
Neste recanto agreste onde a malaria impera
Numa angústia ferina a atroz que desespera,
A vida a pouco e pouco se vai, além sumindo,
Em meio da mata brava a razão prolifera,
Medra, se concretiza e, alegre vai florindo
O Vergel do futuro, esperançoso e lindo
C'os frutos da verdade acena a quem espera.
Bondoso e revoltado, o coração ferido
Prosseguirá a luta heróica e destemida
Abrandando altivamente: - Abaixo a tirania!
Além já se divisa o sol da redenção
Que um passo marcará na humana evolução
É o sol da liberdade, a sublime Anarquia.
Oiapoque, 1925. (In, 54, p. 240-1)
Livro: Moral Publica & Martírio Privado
Autor: Alexandre Samis
Editora: Achiamé
Página: 9
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