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quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

O verdadeiro socialismo esta com o anarquismo

Socialismo, em sua definição histórica, é a socialização da propriedade e dos meios de produção, isto é, a reversão dos bens sociais, à comunidade humana, para serem postos em proveito de todos, visto serem produto do esforço de todos. Não altera essa significação a atividade desvirtuadora desses partidos rotulados de socialistas, surgidos por toda parte e que se perdem no emaranhado da politicagem.
Por comunismo, também de acordo com sua significação histórica, os anarquistas entendem o sistema de convivência social que, dentro do socialismo, se estrutura de acordo com o principio – “de cada um segundo sua capacidade e a cada um segunda as suas necessidades”. Com a denominação de comunista existe o partido, hoje com ramificações internacionais, surgindo durante a revolução russa, quando o partido bolchevista assim passou a se chamar-se. Entretanto, a existência e a atuação desse partido, cuja ditadura domina a Rússia, os países balcânicos, a China e parte da Alemanha, não modificam o sentido daquela denominação.
O movimento socialismo, que se corporificou na segunda metade do século passado, definiu-se em três escolas, ou correntes, durantes, durante a atividade da Associação Internacional dos Trabalhadores, a hoje chamada Primeira Internacional: socialismo democrático, socialismo ditatorial e socialismo libertário ou anarquista. Tanto os socialistas democráticos como ditatoriais participam da política eleitoral na disputa de lugares nas câmaras legislativas e municipais, bem como, nos órgãos governamentais e burgueses.
Após a transformação da sociedade, os socialistas democráticos admitem o Estado como gestor dos bens sociais e da administração publica. Os ditatoriais têm no Estado o seu principal objetivo, para transformá-lo em detentor e gestor de os bens sociais, dominando pela ditadura absoluta todos os setores da sociedade. Ambas essas correntes alegam que o uso do Estado é transitório e que um será extinguido. Os bolchevistas dominantes na Rússia dizem que chegaram ao comunismo, passando, antes, pelo socialismo. Mas é um absurdo em face de todas as leis físicas e sociais pretender extinguir um órgão fortalecendo-o até a hipertrofia.
Os socialistas libertários ou anarquistas, condenando o estado como órgão parasitário, explorador e tirânico, e a instituição do monopólio da sociedade, como iníqua e anti-social, lutam por uma organização que considera o individuo como sua unidade essencial e que, repudiando todas as normais autoritárias e ditatoriais, seja baseada no livre consenso, determinada e regulada pelas necessidades, aptidões, idéias e sentimentos de cada qual, dentro de uma vasta confederação socialista-libertaria de comunas livres, estruturadas pelas organizações profissionais, técnicas, cientificas, artísticas, culturais, recreativas etc. esse é o verdadeiro socialismo, obediente aos seus fundamentos históricos, que os anarquistas propagam, lutando para que seja aceito e posto em pratica pelo povo.
A política orientada pelo jesuítico lema de que o fim justifica os meios, que pauta a ação dos socialistas estadistas, vem arrastando o socialismo como os acontecimentos têm demonstrado, para um desastroso desvirtuamento de suas finalidades.
A liberdade só se chega seguindo o roteiro da liberdade.

Edgard Leuenroth

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