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quinta-feira, 18 de novembro de 2010

J.Alves Torres, o pioneiro do Teatro Social no Brasil

Comerciário, adepto do socialismo mutualista, Joaquim Alves Torres foi o editor de nosso primeiro jornal operário, O social, em 1874, órgão literário e de defesa dos comerciários gaúchos, Nascido em Porto Alegre em 5 de outubro de 1853, filho de Joaquim Alves Maria Torres e Felicidade Alves da Conceição Torres, foi posteriormente jornalista e funcionário publico, Cronista e contista. Pertencia à maçonaria.
Lançando seu jornal em 5 de setembro de 1874, um mês depois conseguia reunir em torno dele um grupo de comerciários que fundou a Sociedade Dramática Particular Luso Brasileira ,responsável pela apresentação de algumas peças de conteúdo social entre nós. Desse grupo faziam parte Ernesto Silva, João Moreira da Silva, Azevedo Júnior e outros Jovens idealistas que buscavam seu espaço na vida cultural da província. J. Alves Torres, como se assinava, foi, à sua maneira, um ótimo militante comerciário. Colaborou em todos os jornais que, na época, defendiam a união da classe, especialmente O caixeiro (1875), O Colibri (1877) e O Atleta, esse ultimo porta-voz do Clube Caixeiral Porto-Alegrense,fundado em 1882, do qual foi um dos idealizadores.
A grande paixão de Joaquim Alves Torres era o teatro. E ele conseguiu ser um bom dramaturgo, com mais de dez testos encenados e publicados. Vários desses textos têm fundo social. O seu drama O Trabalho (in teatro Rio-Grandense, Livraria Americana, Porto alegre, 1911), representado aqui em 4 de outubro de 1903, no vigéssimo nono aniversário da Sociedade Dramática Particular Luso Brasileira, Conta a vida de um capitalista, corrupto e perverso, que é derrotado por um operário socialista. Peça panfletaria socialista, um de seus principais personagens preconiza que o “o socialismo não é uma mal compreendida guerra ao capital e à propriedade privada e sim o bem sonhado pela humanidade que um dia assistirá sorridente ao amplexo fraternal desse mesmo capital com o trabalho”.
O jornal anarquista A Lanterna, de São Paulo, ao fazer referencia, em 1903, ao seu drama O Dever (Editora Globo, Porto Alegre, 1901), o compara à Electra, de Pérez Galdós, o acontecimentos teatral mais eletrizante dos meios operários no começo do século. O que mais encantou os libertários paulistas, seguramente, foi o anticlericalismo de seus textos
Joaquim Alves Torres faleceu em porto Alegre em 25 de agosto de 1910. É o pioneiro do teatro social no Brasil.

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