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quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Descendo a máscara

Venho de Roma, do vaticano
Sou um bandido, vibro punhais,
Sou mais terrível do que um tirano,
Conspurco o povo, queimo e profano,
Trago veneno prontos, fatais.

Governo o mundo qual espantalho,
Gozo rainhas, destrono reis,
Sou tão lascivo, capso e bandalho
Que dos conventos faço servalho
E dos colégios, porcos bordéis.

Vivo da farsa, da vil mentira,
Como da presa, qualquer ladrão,
Teço as intrigas e, cheiro de ira.
Combato a ciência que o mundo admira
Ateando o fogo da inquisição.

Bem qual fastasma de especto audace,
Lúgubre sombra de voz feral
O homem persigo desde que nasce
Até que a morte lhe escave a face,
Multiplicando-me o capital.

Amo o passado, seus preconceitos,
Da nova Aurora tenho pavor,
Do inculto aufiro largos proveitos,
Tiro vaidade dos meus defeitos
Como se fossem de alto valor.

Da morte símbolo e da maldade,
Levanto forcas nas capitais,
Sou refinado na crueldade...
Busco a matanças na insociedade
Dos meus instintos capros, brutais.

Sou sanguinário, trampolineiro,
Espalho as trevas, fujo da luz,
Prego a humanidade, roubo dinheiro,
E ao que se queixa mais que ligeiro
Meto-lhe um susto, mostro-lhe a cruz!

.................

estraido do livro "Os anarquistas no rio grande do sul"

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