No Rio Grande do Sul, uma das regiões menos atingidas pelo ciclone bernardista, o grupo ácrata, editor de “O Nosso Verbo”, fazia circular pelas entidades afins, de mão em mão, o “Hino da Liberdade”, com música do hino Brasileiro:
Hino da liberdade
Unamo-nos escravos da: política,
Na justa aspiração da liberdade
Pois temos que exercer severa crítica
Contra a desordem secular da sociedade
A quem os filhos.
Oh! Produtores.
A quem os filhos,
Hoje mirrados na pobreza os consomem,
Lançai por terra
Os empecilhos
Que é o mais justo dever de todo o homem!
Que as nossas dores nos inspirem, sempre! Sempre!
O gozo é para nós um sonho místico
Que zomba da miséria dissolvente;
Esteios, que se perdem no reverso;
Baluartes, que a desgraça vos levaram,
Só vós sois os obreiros do Universo!
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Oh! Produtores
Que o vosso sangue derramais
Aos opressores,
Clamai justiça para os punir!
Anarquia! Porvir!
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Esta vil sociedade tão despótica
Desprezêmo-la de vez, filhos do povo,
E de toda esta amizade patriótica
Façamos renascer um mundo novo.
Operários,
Que assim nasceram,
Tanto padecem nesta vil sociedade?
Sejamos fortes
E sempre bravos
Combatemos sem descanso a iniqüidade!
Que nossas dores nos inspirem sempre e sempre!
A dor restou em nós força titânica
Para grande combate a burguesia,
E seja a nossa cólera vulcânica
A vida dos princípios da Anarquia!
Mas, na verdade erguendo os seus escombros
Mostremos o valor da sã Justiça!
Não mais fatigue o peso os nossos ombros!
Oh! Produtores
Que o vosso sangue derramais
Aos opressores,
Clamai justiça para os punir!
Anarquia! Povir!
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