Pesquisar este blog

quinta-feira, 16 de junho de 2011

E a escravidão Sexual?

Parece incrível que os órgãos sexuais da mulher é que determinam a sua exploração, sob a tutela e a proteção do homem.
Entretanto, afirma à medida que nada é mais difícil do que verificar a virgindade autentica.

E nada é tão frágil e tão ilusório.
E do homem nasce à exploração sexual.
A mulher não é dona de seu próprio corpo, e, ainda agora, não sabe ser, não quer ser.
A literatura, as religiões, a astucia masculina criou e a cretinice feminina aceitou e repete, gostosamente, as expressões: belo sexo, rainha, deusa, santa, anjo, sexo sentimental, tantas outras palavras criadas para afastar a razão feminina do verdadeiro sentido da vida.
Parece incrível que um homem de mediana inteligência possa ainda curvar-se, religioso, ante o altar da himonolatria.
As coisas aprendidas na alta missão social de imbecializar os indivíduos, nos escravizam até a cretinice. E o vocabulário da literatura enriqueceu com tal fetichismo.
Palavras doces, delicadas, diáfanas, envolventes, mas, a literatura e a religião se esquecerão de que essas expressões não conseguem extirpar a necessidade fisiológica que a natureza teve a preocupação de pôr nos órgãos da multiplicação da espécie.
Anjos, deusas de carne e osso, sem asas imponderáveis, porem, com órgãos exigentes como todos os outros animais.
E a natureza se vinga, quando é desrespeitada: histérica, beatice, amor-paixão aos animais e vícios – são provas inequívocas de que nos desviamos da vida natural.
Mutilaram a mulher, através dos preconceitos e das convenções sociais: fizeram dela um ser incompleto e desgraçado no tipo solteirona e resolveram e resolveram o problema sexual masculino, organizando o mercado das relações sexuais, a prostituição, os “cabatets” e cassinos, as casas de tolerância, os “recursos”, os “rendez-vous” e o caftismo.
E’ bárbaro e prejuízo da virgindade, da castidade forçada para o sexo feminino, castidade imposta pela lei e pela sociedade, como é Barbara a prostituição “necessária” para resguardar a “pureza” da carne das “jeunesfilles”- (como si a carne virgem contivesse a pureza da consciência, a pureza da alma) - e para saciar os esfomeados de todas as idades e de todas as idades e de todos os estados civis. Também é selvajaria a maternidade não desejada, a maternidade imposta pelos maridos comodistas ás mulheres ignorantes e duplamente sacrificadas.
E’ irrisória a idéia da emancipação feminina dentro da sociedade movida pela cupidez do ouro, pelo delírio erótico do progresso material.
Civilização de cafcismo do amor e das consciências, em que todos são cúmplices – vendedores e compradores, os que auferem lucros e os que gozam neste imenso mercado de escravos.

Extraído:
Livro: Amai e... não vos multipliqueis
Autor: Maria Lacerda de Moura
Editora: Civilização Brasileira
Pagina: 150 á 152

Ano: 1932

Nenhum comentário:

Postar um comentário