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sábado, 7 de julho de 2012

A covardia mental dos anti-clericais católicos...

A homenagem máxima que nós autros podemos prestar a Ferrer, à sua vida heroica é não pactuar com os erros e os crimes de lesa-felicidade, sendo cumplices da reação clerical e da superstição dogmática dos que sufocam a razão humana e manietam a livre expansão da consciência.
Não sejamos maçons, ateus ou livres-pensadores de fachadas, discutindo problemas transcendentais apenas dentro de “lojas”, e educando (!) os filhos nos colégios de padres ou freiras, deixando que o clero todo poderoso e astuto se apodere das almas, da consciência, da dignidade humana das mulheres e das crianças, afins de cultivar a ignorancia – na rêde da imbecilidade e do servilismo, no acarneiramento da domesticidade – para aprisionar toda a sociedade dentro dos cofres fortes do poder temporal dos magnatas e dentro do tartufismo espiritual da Santa Madre Igreja Catolica Romana.
A força do clero reside nas concessões de todos os livres-pensadores de rebanho, machos e ateus que frequentem a Igreja – por dever social...
Não nos rotuleos de anti-clericais indo à missa açambarcador, comparecendo a batizados ou entronizações de santos, ou TE-Deum ou procissões, casamentos religiosos ou extrema-unção – multiplicando o numero de covardes mentais que pasmam as suas ações em desacordo com as suas ideias, porque seremos responsáveis pelo fascismo, pelo terror que, como um polvo, ameaça garrotear a liberdade e estrangular a consciência.
Nenhum de nós seria capaz de sair daqui para assistir um fuzilamento de uma criatura humana, por mais víl bandido que fosse, porquanto nos repugna o espetáculo do martírio de quem quer que seja.
Pois bem: vai-se à igreja por dever social, sabendo-se que o seu papel ´o abastardamento da consciência, certos de que as virtudes teoligais são a hipocrisia, o tartufismo e a cupidez, cientes de que o clero sufóca as energias latentes do indivíduo, cultiva calculadamente a ignorância e é sustentáculo da perversidade, moralmente, legalmente organizada. O crime da Igreja, massacrando as energias latentes da juventude e acovardando a consciência humana é muito mais feroz, é muito mais repugnante que o crime da policia fuzilando o corpo.
Porque a mim me poderiam tirar a vida, mais, ninguém, absolutamente ninguém me pode fazer a voz da consciência.
E a coragem de convicções se imortaliza na vida intelectual, embora todos os fuzilamentos.
Chegamos à fatalidade inexorável do dilema: ou nos acovardamos deante da invasão clerical internacional, ameaçando-nos com todas as torturas físicas e morais da inquisição moderna, quiçá mais perversamente requintada, ou teremos de assumir a atitude digna e nobre e heroica de um Ferrer, para opôr um dique moral ao extravasar da loucura e da ferocidade clerical piedosa – a querer ressuscitar a noite de mil anos dos Torquemadas e dos Autos da Fé.

Livro: Ferrer o Clero Romano e a Educação Laica
Autora: Maria Lacerda De Moura
Paginas: 71 á 74
Ano: 1934

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