Pesquisar este blog

terça-feira, 6 de julho de 2010

Canto Operario (1)

Neste inverno proletário
Nossa vida se consome
O escrevo do salário,
Açoitado pela fome.

Não é livre quem depende
De Potentes monstros de aço.
Não é livre quem se vende,
Só dispondo de seu braço.

Vossos braços
Fortes laços
Sempre vivos,
Enlaçai.
Vida!Vida
Decidida!
Eis, uni-vos!
Despertai!

Tu és sangue, liberdade!
Liberdade, tu és vida!
Mas mentira és Falsidade
Quando aos pobres concedida

Liberdade e alegria
Ao trabalho fecundante!
Seja a terra que nos cria
Para todos boa amante!

Desgraçados
Embalados
Na esperança,
Ficais sós!
Luta! Luta
Resoluta!
Confiança
Só em vós!

Nossas penas, nossas dores
São riquezas cumuladas.
Nem escravos nem senhores,
Sobre a Terra libertada!

Homens todos, produzamos,
Nas cidades e nas minas!
Comuns sejam – não dos amos –
Campos, frutos, oficinas!

Desgraçados
Embalados
Na esperança,
Ficais sós!
Luta! Luta
Resoluta!
Confiança
Só em vós!

Tudo, tudo produzimos,
Mas dispersos, nada temos!
Separados, sucumbimos;
Só unidos, venceremos!

Um só corpo, produtores,
Desde os velhos às crianças:
Nossas forças, nossas flores,
Nossas ternas esperanças.

Desgraçados
Embalados
Na esperança,
Ficais sós!
Luta! Luta
Resoluta!
Confiança
Só em vós!

Liberdade bem querida
Irmã gêmea da igualdade!
Só contigo tem nascido
Entre os homens a verdade!

Liberdade, mãe da vida!
Na igualdade, teu alento,
Só teu seio da guarida
Ao fraterno sentimento!

Desgraçados
Embalados
Na esperança,
Ficais sós!
Luta! Luta
Resoluta!
Confiança
Só em vós!

(1) De " A Terra Livre", 1° de maio de 1907

Extraído
Livro: Socialismo e Sindicalismo no Brasil
Editora: Laemmert
Autor: Edgar Rodrigues
Paginas: 194 á 196
Ano:1969

Nenhum comentário:

Postar um comentário